Credores da Eneva aprovam plano de recuperação judicial em assembleia

Credores da Eneva aprovam plano de recuperação judicial em assembleia

Os credores da Eneva (antiga MPX), geradora de energia fundada pelo empresário Eike Batista, aprovaram nesta quinta-feira, 30, em assembleia geral o plano de recuperação judicial apresentado pela companhia. O aval ocorre após a reunião, que teve início no último dia 16, ter sido suspensa para que os credores pudessem avaliar a nova versão do plano apresentada em 10 de abril.

Os trabalhos foram retomados na manhã desta quinta e, após cerca de uma hora e meia de assembleia, os itens da pauta foram aprovados. Houve uma série de questionamentos por credores e votos contrários, mas a maioria foi a favor do plano.

A Eneva, controlada pela alemã E.ON e o empresário Eike Batista, e a sua subsidiária Eneva Participações apresentaram a primeira versão do plano de recuperação judicial em fevereiro. O processo está em tramitação na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

As duas empresas possuem em torno de R$ 2,3 bilhões em dívidas, sendo o maior credor o banco BTG Pactual, com cerca de R$ 1,3 bilhão. Entre os outros principais detentores da dívida estão o Itaú BBA, o Citi e o Credit Suisse.

Também foi aprovada a venda da participação de 50% da Eneva no Porto do Pecém Geração de Energia (Pecém I) para a EDP – Energias do Brasil, que já tem os outros 50%. O valor da venda é de R$ 300 milhões.

Os recursos serão utilizados para o fortalecimento da posição de caixa da companhia e avanço das medidas necessárias para a adequação da sua estrutura de capital. O fechamento da transação está sujeito a condições precedentes e também à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A assembleia ainda está em andamento para a assinatura da ata e para que sejam computados os votos, mas os dois itens da pauta foram aprovados por maiorias representativa de todas as classes de credores (trabalhista, quirografários e micro e pequenas empresas).

Entre as propostas do plano, estão o pagamento integral de até R$ 250 mil por credor quirografário, respeitado o valor do respectivo crédito; redução obrigatória de 20% ou 15% dos créditos quirografários, mediante a aplicação de deságio sobre o valor de cada crédito quirografário no montante que superar R$ 250 mil; redução obrigatória, por meio de capitalização de créditos, de 40% ou 55% dos créditos quirografários no montante que superar R$ 250 mil; e reperfilamento do saldo remanescente dos créditos quirografários.

O plano prevê a realização de um aumento de capital no valor estimado de R$ 3 bilhões, ao preço de emissão de R$ 0,15 por ação da companhia. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que o processo deve ocorrer no início de julho.

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