Justiça defere plano de recuperação extrajudicial da Restoque

Justiça defere plano de recuperação extrajudicial da Restoque

Santander, Bradesco, BV, Itaú e ABC Brasil já aderiram ao plano de recuperação da varejista
A Justiça de São Paulo deferiu nesta sexta-feira o pedido de recuperação extrajudicial da varejista Restoque, protocolado na noite de quinta-feira. O plano prevê a reestruturação de R$ 1,5 bilhão em dívidas financeiras.

O acordo teve a adesão de 71,32% dos credores e prevê a emissão de R$ 1,5 bilhão em debêntures, em duas tranches, com vencimento em cinco anos. Haverá carência de 12 meses para o início do pagamento de juros a partir da homologação da recuperação.

Santander, Bradesco, BV, Itaú Unibanco e ABC Brasil já aderiram ao plano, bem como fundos geridos por BTG Pactual, Capitania, Itaú e outras assets. O Valor apurou que a entrada do Banco do Brasil no processo também está bem encaminhada.

A Restoque, dona de marcas como Le Lis Blanc, Dudalina e Roca Chá, chegou a conversas com credores individualmente, mas a proposta de uma recuperação extrajudicial foi uma sugestão deles próprios para facilitar o alinhamento de interesses, diz fonte próxima à companhia.

De acordo com esse interlocutor, a conversa com os bancos foi rápida, mas havia uma diversidade grande de situações entre eles. A Restoque tem seis séries de debêntures e precisaria da aprovação de pelo menos 90% em cada uma delas para renegociar essas dívidas.

“No curso normal, a empresa é geradora de caixa. Sem a pressão da dívida e com as vendas sendo retomadas, vai ser capaz de se recuperar e os credores entenderam isso”, afirma essa fonte.

O plano prevê ainda que a companhia faça uma capitalização de R$ 150 milhões até o fim de 2021. Esse compromisso foi firmado a pedido dos credores para que os acionistas também deem sua contribuição para “pagar a conta” da crise do coronavírus. Caso o aporte não aconteça, poderá ser declarado o vencimento antecipado das dívidas.

O prazo longo para a capitalização foi definido para que ela ocorra num momento mais favorável, já com as operações e o valuation da companhia normalizados, evitando que os acionistas atuais sejam fortemente diluídos.

Antes da pandemia de covid-19, a Restoque vinha num processo de retomada de suas vendas em consequência de uma reorganização feita no ano passado com o objetivo de resgatar as marcas.

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