Dos últimos dez grandes casos de recuperação judicial, apenas duas empresas declararam falência: a trading agrícola Agrenco e a aérea Vasp. Outras duas – a fabricante de painéis de madeira Eucatex e a produtora de equipamentos elétricos Leon Heimer – conseguiram reerguer suas operações e a maior parte delas – seis – foram envolvidas em processos de fusão e aquisição.
O levantamento foi feito pelo banco Goldman Sachs e leva em conta companhias que pediram recuperação judicial a partir da nova Lei de Falências, de 2005.
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Para as oito companhias que concluíram seus processos de recuperação judicial, o desconto médio negociado com os credores girou entre 25,7% e 70,7%, com uma média de abatimento de 49,7%.
No caso da Vasp, o desconto final das dívidas foi de 67,2%. Já o recente caso da Agrenco, que teve falência decretada em agosto, foi mais extremo, pois os credores não aceitaram o deságio de 58% nos passivos proposto pela companhia no plano de recuperação.
No caso da trading agrícola, o desconto final só será conhecido após o processo de venda e liquidação dos seus ativos e da ordem de recebimento dos débitos estabelecida pela Lei de Falências: em primeiro lugar vem as dívidas trabalhistas, em segundo, os passivos com garantia real e, em último lugar, os credores sem garantias.
O pedido de recuperação judicial da OGX é o maior desde a entrada em vigor da nova de Lei de Falências. O futuro da petroleira dependerá basicamente da aceitação de um plano de recuperação por parte dos credores. As dívidas da companhia somam US$ 4,1 bilhões, considerando os US$ 3,6 bilhões em bônus mais o valor devido a fornecedores, sem contar a empresa-irmã OSX.