A OGX conseguiu ontem à tarde a autorização para uso dos bens da companhia como garantia para os novos empréstimos – já negociados. Esta era uma das principais condições precedentes para que a empresa finalizasse o acordo com os credores, liderados pela maioria dos detentores dos bônus internacionais (bondholders).
A liberação foi feita pelo juiz da recuperação judicial, Gilberto Clovis Farias Matos.
A OGX, que mudou o nome para OGP, deve conseguir US$ 215 milhões em novos recursos como parte do acordo com os credores. O dinheiro novo deve garantir fôlego para a empresa por todo este ano, pelo menos.
Dada a situação emergencial da companhia, haverá um empréstimo ponte que ou será pago pelo empréstimo definitivo (conhecido como DIP – sigla para “debtor in possession”) ou será integrado ao seu valor total.
A necessidade do empréstimo ponte ocorre devido aos trâmites diversos que existem entre os variados financiadores dos novos recursos – que são também credores dos bônus internacionais.
Daí a decisão de se fazer um empréstimo ponte – obtido junto aqueles com maior agilidade na liberação dos recursos – primeiro.
A Deloitte, administradora judicial da companhia, destacou que a OGX precisa “urgentemente de caixa para continuidade de suas atividades, não podendo aguardar assembleia de credores ou formação de comitê geral de credores”. A explicação é citada pelo juiz na decisão de liberar os bens para serem “onerados”, conforme o termo técnico para a situação.
A OGX acertou as linhas gerais do acordo com os credores na noite da véspera de Natal. O acordou envolveu US$ 5,8 bilhões em dívidas da empresa.
Os débitos antigos serão convertidos em ações, de forma que a empresa fique sem compromissos financeiros. Como consequência, o controle da OGX trocará de mãos. O criador desse megaprojeto e atual controlador, o empresário Eike Batista, ficará só com 9,4% do negócio – direta e indiretamente.