Dalçoquio apresenta plano de recuperação judicial até o fim do mês

Dalçoquio apresenta plano de recuperação judicial até o fim do mês

Por Fernanda Pires
Após ter o pedido de recuperação judicial aprovado pela Justiça, a Dalçoquio, uma das maiores transportadoras de combustíveis do país, irá apresentar o plano aos credores até o dia 28. A queda no faturamento devido à crise e a falta de liquidez em função de dívidas não listadas pelo antigo dono levaram a empresa a uma situação insustentável. A dívida sujeita à reestruturação é de R$ 168,3 milhões. A BR Distribuidora – a principal cliente – é a maior credora, com R$ 70,68 milhões a receber.

“Nossa ideia é fazer um plano que seja exequível do ponto de vista operacional e que mantenha os empregos. Se vai envolver venda de ativos não está definido. Vamos deixar isso para deliberações com os credores, não queremos fazer nada a fórceps”, diz o diretor-geral da Dalçoquio, Cláudio Ribeiro. Entre os ativos da empresa há imóveis e caminhões – a frota é de 700 veículos, calculou o executivo.

Com sede em Itajaí (SC), a Dalçoquio tem bases operacionais espalhadas pelo país e conta com 1.000 empregados. Além de combustíveis, atua no transporte de outros granéis líquidos, sólidos e de bens de consumo em geral. Há cerca de um ano o empresário Laércio Tomé, presidente do grupo Tomé, comprou a Dalçoquio. A aquisição foi feita como pessoa física, por isso o ativo não integra o portfólio do grupo.

“Fizemos aporte de R$ 30 milhões, mas nos últimos três meses começamos a ter execuções de confissões de dívida assinadas pelo antigo dono na véspera da venda”, diz Ribeiro. O caso está na Justiça. Cerca de R$ 30 milhões dos R$ 168,3 milhões é de confissões de dívidas do proprietário anterior.

A Dalçoquio já estava em dificuldades quando da aquisição, mas o negócio é considerado estratégico sobretudo devido ao contrato com a BR, diz Ribeiro. Segundo ele, havia um grande volume de dívidas listadas no contrato de compra e venda da empresa. Os débitos não sujeitos à recuperação judicial – fiscais e extraconcursais – somam R$ 446 milhões.

Paralelamente, o faturamento da Dalçoquio vem caindo. Em 2014 foi de R$ 274,5 milhões, no ano passado ficou em R$ 257,8 milhões e, neste ano até agosto, somou R$ 149,9 milhões. São 700 credores. Cinco respondem por cerca de 90% da dívida. Além da BR, os demais são o banco BIC, Tomé Participações, Banco Fidis e Banco Daycoval.

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