Empresa disse que todos os voos foram suspensos e pediu aos clientes que não fossem para os aeroportos
A Flybe, maior companhia aérea doméstica do Reino Unido, pediu recuperação judicial nesta quinta-feira, após o surto de coronavírus se tornar o mais recente desafio à companhia em dificuldades.
A empresa disse que todos os voos foram suspensos e pediu aos clientes que não fossem para os aeroportos. A aérea manteve negociações de 11 horas com o governo do Reino Unido, mas não conseguiu um empréstimo de 100 milhões de libras esterlinas, de acordo com reportagens.
Isso ocorre menos de dois meses depois da companhia aérea fechar um acordo por um plano de resgate com o governo, que incluía uma revisão de sua dívida fiscal.
“A maior companhia aérea regional independente da Europa não conseguiu superar desafios significativos de financiamento para seus negócios’, afirmou Flybe em comunicado. A aérea acrescentou que “a situação foi agravada pelo surto de coronavírus, que nos últimos dias resultou em um impacto significativo na demanda”.
O analista da plataforma de negociação de ativos Markets.com, Neil Wilson, destaca que a empresa vem, na verdade, lutando há muito tempo para se manter, antes mesmo da epidemia. “O Covid-19 foi o prego no caixão. O coronavírus está deteriorando a demanda de viagens e irá acelerar os processos de falência e os de consolidação no setor aéreo europeu”, disse.
A Connect Airways — um consórcio britânico da Virgin Atlantic, Stobart e Cyrus Capital — foi fundada em dezembro de 2018 para adquirir a Flybe. A compra da companhia aérea foi aprovada em julho, em um acordo que previa “garantir o futuro a longo prazo” da Flybe. O consórcio investiu mais de 135 milhões de libras esterlinas na Flybe nos últimos 14 meses.
Hoje, a companhia Stobart, que compõe o consórcio, afirmou que a Flybe vinha mostrando sinais de recuperação, mas que o impacto do Covid-19 nos negócios da empresa sinalizam que o consórcio não pode mais se comprometer com o apoio financeiro contínuo.
Outras companhias, como a British Airways, Lufthansa, United Airlines e Cathay Pacific, tiveram de cancelar voos com origem e destino à China continental. Embora o impacto da epidemia no setor não deva ser subestimado, foi pego apenas o “jogador” mais fraco. As principais companhias aéreas vão intensificar os esforços para mitigar os danos, mas não devem se tornar pacientes terminais.