Débitos da empresa passam de R$ 500 milhões; fundo americano Amerra é o principal credor
A Justiça aprovou o processo de recuperação da Usina Alvorada, localizada em Araporã (MG), que fez a solicitação para se proteger de dívidas que passam de R$ 500 milhões. A empresa apresentou o pedido após seu principal credor, o fundo americano Amerra, pedir a execução dos débitos, mesmo depois de meses de negociações.
No ano passado, a valorização do dólar fez disparar a parcela da dívida da companhia com o fundo – segundo a usina, seu débito com a Amerra está em R$ 185 milhões. Outros credores importantes são os bancos BTG, Santander e Bradesco.
Os problemas da usina não se devem apenas ao efeito do câmbio. A Alvorada já vinha sofrendo com adversidades climáticas nas safras anteriores, que prejudicaram sua produtividade, segundo Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, que presta assessoria financeira à companhia.
A Usina Alvorada tem capacidade de processar 2,2 milhões de toneladas de cana por safra e uma planta de cogeração de energia a partir do bagaço, com contrato de entrega de longo prazo com a CPFL. Atualmente, a empresa mineira emprega mais de 1,1 mil funcionários diretos e 2,5 mil indiretos.
O plano de recuperação que a companhia pretende apresentar à Justiça ainda está em elaboração, mas a Quist já avalia buscar um acionista minoritário para o negócio para abater parte da dívida e, ao mesmo tempo, alongar a outra parcela. A solução também pode passar pela constituição de um fundo exclusivo para atrair mais investidores, aproveitando que a Selic ainda está baixa, afirma Duek.
Fonte: Valor Econômico