A companhia também pede que seu plano seja homologado e seja concedida a recuperação judicial
A Samarco, em recuperação judicial desde abril de 2021, pediu ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais a anulação dos votos dos credores financeiros, que reprovaram, na assembleia geral de credores realizada em 18 de abril, o plano de recuperação apresentado pela mineradora e obtiveram o direito de apresentar até 18 de maio um plano alternativo, que também será votado em assembleia de credores.
A Samarco também pede que seu plano seja homologado e seja concedida a recuperação judicial.
Um dos argumentos para o pedido de homologação é que a maioria dos credores aprovou o plano de recuperação apresentado pela Samarco na assembleia.
Os fundos internacionais que detêm títulos da Samarco representam 42,7% dos créditos quirografários e 86,4% dos créditos com direito a voto dessa classe de credores. Eles votaram contra o plano apresentado pela Samarco.
A companhia pede o reconhecimento de abuso no exercício do direito de voto por parte dos credores financeiros. Na petição, a Samarco alega que o voto desses credores foi dado “para obtenção de vantagem ilícita e extrapolou os limites da boa-fé objetiva”.
A Samarco alegou que os credores internacionais financeiros não se dispuseram a negociar nas duas semanas anteriores à assembleia, porque já estavam preparando um plano alternativo. Não teria havido, portanto, boa vontade na avaliação do plano da Samarco.
A empresa também afirmou no pedido que a própria Samarco conhece melhor a sua situação financeira e as condições para sua recuperação. A empresa considera que os credores financeiros internacionais defendem um plano de recuperação que aumenta os riscos de falência da companhia e visa apenas beneficiar essa classe, em detrimento das demais.
A Samarco pediu ainda que seja anulada a assembleia geral de credores do dia 18 e seja marcada uma nova assembleia para votação, caso a justiça não entenda pela homologação imediata do plano.
Fonte: Valor Investe