A incorporadora não lança novos empreendimentos há três anos e não tem obras inacabadas
A Rossi Residencial, em conjunto com 313 sociedades integrantes de seu grupo econômico, ajuizou um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (19). A solicitação foi feita na 1ª vara de falências e recuperações judiciais da comarca da capital do Estado de São Paulo. O pedido já foi deferido.
Fonte ligada à companhia afirmou ao Valor que a dívida da empresa soma R$ 1,2 bilhão. Desse montante, cerca de R$ 300 milhões são devidos à Caixa, R$ 40 milhões ao Banco do Brasil e o restante é passivo cível, devido a fornecedores e outras ações judiciais. De acordo com a fonte, a empresa conseguiu reestruturar 90% de sua dívida bancária antes do pedido de recuperação.
A fonte ressalta que a Rossi não deixou obras inacabadas, tendo se concentrado nos últimos anos em terminar os empreendimentos já iniciados.
No fato relevante, o grupo Rossi afirma que o pedido de recuperação judicial representa uma etapa fundamental no seu processo de equacionamento econômico-financeiro, iniciado em dezembro de 2017 com a reestruturação de dívidas corporativas contratadas junto a instituições financeiras.
“Em adição aos efeitos desta reestruturação já realizada, a administração confia que a Recuperação Judicial é o instrumento adequado para viabilizar uma solução global e definitiva para a readequação do fluxo de caixa do grupo Rossi, a manutenção de sua normalidade operacional e a retomada da expansão de suas atividades”.
De acordo com a fonte, a empresa não teria encontrado uma forma eficiente de se reestruturar, devido ao alto grau de pulverização das ações judiciais que responde, que ultrapassam a dezena de milhar. A causa principal da atual situação da companhia teriam sido os distratos ocorridos nos últimos cinco anos.
A expectativa da companhia é seguir o caminho de PDG e Viver, incorporadoras que passaram por problemas semelhantes e saíram do processo de recuperação judicial.
O conselho de administração do grupo Rossi também aprovou submeter à deliberação da assembleia geral a ratificação do ajuizamento do pedido recuperação judicial. Nesta terça-feira (20) a companhia deve divulgar edital convocando assembleia para o próximo mês. Após esse período, a Rossi terá cerca de 180 dias para apresentar um plano de recuperação, prazo que poderá ser renovado.
A companhia afirmou que manterá os acionistas e o mercado informados sobre o assunto.
A Rossi não lança novos empreendimentos há três anos. No segundo trimestre, a companhia reportou em seu balanço prejuízo líquido de R$ 59,6 milhões, revertendo lucro de R$ 106,2 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Fonte: Valor Econômico