Expectativa é que haja crescimento de atividades de aquisição de créditos ou ativos relacionados a obras paradas
Quase cinco anos depois de ter pedido recuperação judicial, a Viver Incorporadora teve seu processo de ajuizamento concluído ontem na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Até o fim do ano, a companhia retorna ao mercado de lançamentos imobiliários, com apresentação de pelo menos um projeto na capital paulista. O último lançamento da Viver, realizado no início de 2013, teve Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 25,7 milhões. Para efeito de comparação, em 2007, ano em que abriu capital, a companhia – ainda com o nome InPar – tinha lançado o VGV de R$ 1,52 bilhão.
No segmento de aquisição de créditos ou ativos relacionados a obras paradas, a Viver presta serviços pela Solv, braço com foco em “distressed assets” (ativos estressados). Fazendo uso de capital próprio ou de terceiros, a Solv recupera e conclui os empreendimentos, e vende as unidades no varejo. Neste ano, um ativo foi comprado. Com o fim da recuperação judicial, a aquisição de créditos ou obras paradas irá crescer.
A Viver protocolou o pedido de encerramento do processo de recuperação judicial em meados de junho. Primeira incorporadora de capital aberto a recorrer à reestruturação judicial, em setembro de 2016, a companhia apresentou proposta que previa a consolidação em plano único de todas as 64 sociedades de propósito específico (SPEs), incluindo as 16 com patrimônio afetado. O formato recebeu críticas, acabou não sendo aceito judicialmente. Os projetos com afetação foram retirados. A aprovação do plano ocorreu em novembro de 2017.
No quarto trimestre de 2018, a Jive Asset Gestão de Recursos se tornou a maior acionista da Viver, posição que era ocupada pelo fundo Paladin Prime Residential Investors desde 2009. Com a mudança acionária, Ricardo Piccinini assumiu a presidência da companhia no lugar de Eduardo Canonico. Arthur Marin, diretor vice-presidente de operações, passou a integrar a gestão da Viver no fim de 2019.
Hoje, a Jive tem participação de 30,7% na companhia.
Fonte: Valor Econômico